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18 de julho de 2010

I've been alone with you inside my mind And in my dreams I've kissed your lips a thousand times (8)

Se alguém leu os livros de A mediadora - e eu sei que algumas de minhas leitoras leram - então vão entender melhor essa estóriazinha. Se não, podem ler do mesmo jeito. É divertida. E, certo, fui eu que escrevi, então sou suspeita, mas achei muito boa. Até porque escrevi no estilo Meg de ser. ;P


Eu queria apenas ficar sozinha pra esquecer meus problemas. Ou melhor, ficar sozinha pra esquecer que o garoto por quem eu estou apaixonada não sente o mesmo por mim.
            Óh, sim, ele me vê como uma amiga. Mas mais que isso? Não.
            Bom, tudo bem, e por que eu esperaria que ele devolvesse meus sentimentos? Ele é mais velho e muito, muito lindo; enquanto eu... Bom, eu tenho apenas 16 anos e não fui abençoada com nada mais que beleza mediana. Quero dizer, posso culpá-lo?
            Não, não posso culpá-lo por não me amar. Mas ele também não pode me culpar por sentir o que sinto. Afinal, como eu poderia não me apaixonar por ele se ele é tão perfeito e ainda por cima mora no meu quarto?
            É, é isso, eu mudei de idéia. A culpa disso tudo é dele. Ele é culpado por eu amá-lo, culpado por não me amar, culpado pelo aquecimento global – vocês não sabem como a temperatura aumenta quando o vejo -, e, principalmente, Jesse de Silva é culpado por eu, Suze Simon, estar no pátio da escola, sozinha, no meio da noite, tentando esquecê-lo.
            É isso aí.
            Mas como eu disse, eu queria ficar sozinha. Mas é claro que eu não consegui por que um fantasma de um caubói de 150 anos se materializou na minha frente no exato instante em que eu me levantava do banco do pátio no qual eu estava sentada, me fazendo levar um susto e cair sentada novamente. E fazendo meu coração ir a, no mínimo, 120 por hora.
            E não por causa do susto.
            - O que faz aqui tão tarde, Suzannah? Achei que de manhã você tivesse aula. – Ele disse enquanto se sentava ao meu lado.
            - Será que você não pode avisar antes de aparecer assim?
            - O que está fazendo no meio da noite no pátio da escola, Suzannah? – Ele perguntou, desconfiado.
            Bom, e por que não haveria de estar? Sempre que saio no meio da noite acabo me metendo em encrencas. Pena que ele não sabe o real motivo de eu estar aqui nesta noite. E que nunca vai saber.
            - Hum...Ué, eu estava apenas... – Olhei para o meu colo, onde estava o livro que eu tinha trazido pra ler, mas que eu sequer tinha aberto. – lendo! – Sorri e mostrei-lhe o livro.
            - No pátio da escola? À uma da manhã? – Dei de ombros. – Suzannah, o que está aprontando? Veio atrás de algum fantasma? Por que veio sozinha?
            Vendo ele falar assim, todo preocupado, dava até pra acreditar que ele me amasse. Mas não, eu entendia por que ele estava assim. Quero dizer, eu já me meti em várias encrencas e ele sempre teve que ir me salvar. Não deve ser nada legal ter que ficar salvando a vida de alguém todo santo dia. É só isso. E não tem nada a ver com ele me amar. Por que ele não me ama.
            - Jesse, eu não estou fazendo nada. Só lendo! – Ele ficou me olhando desconfiado por certo tempo, olhou o pátio da escola, e finalmente disse:
            - Você já mandou o fantasma embora? É isso? Aliás, como você entrou aqui?
            - Ahn...eu meio que...peguei a chave emprestada do escritório do padre Dom hoje de manhã. – falei rápido, esperando que ele não entendesse.  Mas ele entendeu.
            - Você roubou a chave, Suzannah? – ele disse, me olhando incrédulo.
            - Claro que não, Jesse! Peguei emprestada. Vou devolver mais tarde... Além disso, ele nem deve ter percebido. As freiras têm uma chave, e são sempre elas que abrem e fecham a escola. – Falei, tentando convencê-lo com a desculpa que eu tinha arranjado pra mim mesma quando roubei, digo, peguei emprestadas as chaves do colégio.
            - Suzannah... – ele balançou a cabeça. Acho que ele não entendia o que eu fazia ali no meio da noite. E não seria eu a explicar. Pelo menos, não a verdade.
            - Olha, Jesse, eu vou devolver a chave, vou mesmo! E ele não vai nem notar.
            - Então você roubou...
            - Peguei emprestado. – O interrompi, ao que ele revirou os olhos.
            - Certo. Então você pegou emprestadas as chaves, correndo o risco de ser pega, entrou na escola no meio da noite, simplesmente pra ficar lendo? E desde quando você gosta de ler? – Nessa ele tinha me pegado. Nunca fui muito fã de leitura. Aliás, eu peguei o primeiro livro que vi na frente e trouxe, nem sabia ao certo qual era o livro.
            - Bom, talvez eu esteja apenas querendo ler em paz, sem ninguém me atrapalhando. – Ele ainda me olhava desconfiado, não tinha acreditado nem um pouco na minha história. Óh, bem, tanto faz. Ele estava achando que tinha a ver com chutar fundilhos de fantasmas, e enquanto ele pensasse assim estava tudo bem. – Além disso, já cansei de ler.
Me levantei pra sair, quando ele me puxou pelo ombro. Ah, meu Deus! E se ele de repente tivesse percebido o porquê de eu estar aqui a essa hora da noite e acabou descobrindo que sente o mesmo por mim e que não agüenta mais nem um minuto longe de mim e que precisa me beijar nesse mesmo instante, no pátio da escola, sob a luz do luar e o olhar da estátua de Junipero Serra?
- Você esqueceu o seu livro, “X-box 360, as melhores dicas”. Boa leitura essa sua, hã? Bem instrutiva.
X-box 360? Era o livro do Dunga. Puxa vida! Será que eu podia ter escolhido livro pior?
- Ahn... Éh. Éh, quero dizer, estou tentando aprender umas técnicas pra bater o Brad no videogame.
- Achei que você já ganhasse dele toda vez.
- E ganho. Mas... – olhei no relógio. – Nossa, como já é tarde! O tempo passa quando estamos nos divertindo, né? Há há. Há. – Peguei o livro da mão dele e saí. Atravessei a escola (lembrei de trancar a porta ao sair), peguei minha bicicleta e comecei a pedalar.
Olhei pra trás pra ver se ele estava me seguindo. Não. Ufa!
Mas quando voltei a olhar pra frente lá estava ele, uns metros a frente, de braços cruzados e me olhando interrogativamente.
- Algo você esteve fazendo essa noite, sei disso.
- Algo que pode não te interessar, já pensou nisso? – parei ao lado dele, ainda na bicicleta e ficamos nos encarando por um minuto ou dois.
- Tinha alguém com você, Suzannah?
“Ó, meu Deus! Será que ele está com ciúme?”, pensei. Ele só poderia estar com ciúme. Senão, porque perguntaria isso?
- O Padre Dom sabe que você estava com um menino na escola? Ele não gostaria nada, nada se soubes...
- Você não faria isso! – grite, alarmada.
- Não. Se você me contar o que realmente esteve fazendo essa noite.
- Ó, veja bem... Isso eu não posso contar. Mas eu prometo nunca mais te chamar de caubói se você não disser nada pro padre Dom.
Ele considerou a proposta por um tempo. Olhou pros lados, descruzou os braços.
- Tudo bem, mi hermosa. Mas além de não me chamar disso nunca, nunca mais, você também vai assinar a revista National Geographic.
- O quê? Jesse, é claro que eu não vou... – Ele levantou a sobrancelha, a que tem a cicatriz (feita por um cachorro e não por uma briga, como eu imaginava). E então já era, eu sabia que ia assinar a maldita revista. Afinal, a gente tem que fazer coisas que não queremos por quem a gente ama, certo?
Principalmente quando ele é um fantasma gostosão latino que tem uma cicatriz na sobrancelha e um olhar de tirar o fôlego. 



- Because we belong together now
Forever united here somehow
You got a piece of me
And honestly
My life would suck without you -

[My life would suck without you - Kelly Clarkson]


5 comentários:

Anônimo disse...

Amei!!!! Ameiii!!! Ameiiii!! Simplesmente ameiiii! Powxa Bah, bemq ue vc poderia continuar!!! fiquei aqui babando pra ler mais! kkk

Marina Amancio disse...

nossa bah ficopu perfeita sua historia *-*

Anônimo disse...

Né Mari? Eu também gostei demais! *-*

Ana Lúcia disse...

me too!!!!

misuenos disse...

nao li nao, mas deve ta massa. VOU LER DEPOIS :D